Prata (Dir.: Lucas Melo)

Por Julia Paes

Ser jovem não é uma das tarefas mais fáceis. Um período marcado pelas descobertas de entender quem realmente somos e quais são nossas verdadeiras vontades. As incertezas e mudanças de planos se tornam a nossa maior constância.  “O que você quer ser quando crescer?” Eis a questão. 

O curta, dirigido por Lucas Melo, convida o público a acompanhar a vida de Gustavo, morador do bairro da Prata, em Nova Iguaçu, depois de ser demitido por discutir com seu chefe por não acreditar na imagem de um buraco negro, comprovando a sua existência. As consequências do acontecimento implicam questões no protagonista ao longo da narrativa. 

Prata desde o primeiro instante, retrata o cotidiano de Gustavo e seus amigos pelas ruas da cidade. Assim como o contraluz do início, no qual vemos apenas as silhuetas dos meninos atravessando uma ponte no fim de tarde, eles mesmos não sabem ainda quem são ou para onde querem ir. Suas histórias se escondem entre os carros em alta velocidade e pontes que sempre nos levam a algum lugar. 

Com cenas filmadas de maneira estática, a obra se assemelha a um álbum de fotografia dos meninos. Acompanhamos os diálogos dos amigos como se estivéssemos acompanhando a construção futuras memórias, de imagens nas quais congelariam aquele momento da juventude deles. 

O bairro de Nova Iguaçu se torna mais um personagem do enredo. Com seus habitantes tão pessoais, vemos um vizinho cantar a sua música na calçada, o salva vidas cumprindo seu trabalho na piscina, a avó aconselhando seu neto. Assim é a vida em Prata. 

Quantos pedidos um céu noturno e estrelado? Assim o filme acaba com o sentimento de que o futuro ainda reserva muita história para esses meninos. Estes com toda a vida nos seus horizontes, possibilidades que nem mesmo eles imaginam. 

Esse post foi publicado em Competitiva Nacional - Curtas e marcado , , . Guardar link permanente.

Deixe um comentário